A realidade de quem precisa passar por cirurgia no município de Contagem vem mudando ano após ano, com uma redução constante no tempo de espera, proporcionado pelo aumento no número de procedimentos realizados. Em 2023, foram 5.937 pacientes operados somente no Hospital Municipal de Contagem (HMC), 15% a mais do que no ano anterior (5.123) e 38% superior ao registrado em 2021. A média de cirurgias realizadas no ano passado ficou em 495 por mês.
De acordo com a gestora clínica da Linha de Cuidados do Paciente Cirúrgico, Lídia Alberoni de Assis, esses números são o resultado de um estudo aprofundado e estratégia para atender às principais demandas dos pacientes. “Contamos também com o esforço das equipes assistenciais para otimizar a produção cirúrgica e gerir de maneira mais assertiva o Centro Cirúrgico e a Unidade de Internação Cirúrgica”, destacou.
Isso inclui a organização dinâmica de agendas das especialidades, redução dos cancelamentos cirúrgicos evitáveis, o estudo diário de planejamento terapêutico dos pacientes, incluindo o melhor preparo pré-operatório. “Uma resolução mais célere de percalços, como manutenções, aquisição de materiais específicos e o aumento da produtividade das equipes. Isso melhora os resultados terapêuticos, aumenta o giro de leitos, reduz o tempo de espera e melhora a experiência para colaboradores e usuários”, explicou a gestora.
Cirurgias Ortopédicas
As cirurgias ortopédicas foram responsáveis por 2.854 procedimentos em 2023, uma média de 238 por mês, 27% maior do que no ano anterior (2.246) e 73% superior ao de 2021. Para o gestor clínico da Linha de Cuidados do Paciente da Ortopedia e Traumatologia, Leonardo Eustáquio Vaz Amaral, a contratação de médicos especialistas diminui o tempo cirúrgico e possibilita realizar mais operações. “Além disso, um risco cirúrgico bem-feito, com exames de melhor qualidade, contribui para a tomada de decisão. A disponibilidade de mais salas e dos materiais específicos, que hoje atendem melhor às nossas necessidades, também agiliza o trabalho”, explicou.
Segundo ele, dessa forma tem sido possível diminuir o tempo médio de permanência, com pacientes sem nenhuma comorbidade ou indicação de pós-operatório no CTI, recebendo alta em até 24 horas. “Isso possibilitou reduzir a espera por cirurgias, que anos atrás era de até 25 dias, para menos de 12 dias, para os pacientes que não apresentam condições clínicas imediatas, e sete dias para os demais casos. Isso ajuda a liberar leitos para outros atendimentos”, destacou Leonardo Amaral.
Foram realizadas também 1.141 cirurgias eletivas em 2023, um crescimento em relação ao ano anterior (1.104) e um salto frente a 2021 (347), ano de retomada após a pandemia de Covid-19. Vale lembrar que esse tipo de procedimento é feito em atendimento à necessidade do município, uma vez que a vocação principal do HMC é a urgência e emergência, sendo único pronto socorro de referência da microrregião que contempla Contagem, Ibirité e Sarzedo.
Centro Materno Infantil
Outra unidade que vem se destacando em relação às cirurgias eletivas é o Centro Materno Infantil (CMI). Foram 1.491 procedimentos eletivos realizados em 2023, um crescimento de quase 15% em relação ao ano anterior (1.307) e de 887% frente a 2021 (151), quando as cirurgias foram retomadas após a pandemia de Covid-19, e de 75% em relação a 2019 (850).
Segundo a superintendente do CMI, Dulcinéia Cordeiro Carvalho, a contratação de equipes multiprofissionais, com o aumento no número de médicos e cirurgiões ginecológicos, além da reorganização dos fluxos internos, foram determinantes. “Com isso, a gente conseguiu ter mais tempo de uso do bloco cirúrgico e do ambulatório, o que impactou diretamente na nossa forma de atuar e, por consequência, no número de cirurgias”, informou.
Dulcinéia explicou que os impactos positivos podem ser percebidos na melhoria assistencial, pois atende mulheres que estavam na fila há anos, aguardando uma cirurgia eletiva. “Com os investimentos e a reorganização dos fluxos, conseguimos aumentar o número de cirurgias, tratando mais rapidamente as mulheres e possibilitando que elas voltem a ter uma vida mais saudável”, concluiu a superintendente.